A quarta-feira (27) ficará marcada para sempre na história. Em uma disputa acirrada, a apenas três minutos do fim da partida, a Coreia marca seu primeiro gol em jogo contra a Alemanha e, apesar de não garantir uma vaga nas Oitavas, assegurou que o oponente também não passasse. Com isso, uma das seleções mais tradicionais da Copa do Mundo não passou da fase de grupos e os alemães voltaram para casa mais tristes. O que mudou de 2014 para 2018? O uso do Árbitro de Vídeo, o famigerado VAR, que confirmou o gol da Coreia.
Para além desse jogo, no Mundial já tivemos muitos outros momentos em que o VAR foi decisivo para o resultado de uma partida – quando usado e quando esquecido. No jogo do Brasil contra a Costa Rica, por exemplo, Neymar sofreu um pênalti, que logo foi confirmado pelo juiz. Em seguida, ele foi confirmar a penalidade no vídeo. Resultado? Anulou o pênalti e o jogo seguiu no 0 a 0, causando revolta entre os jogadores da Seleção Brasileira.
Em muitos aspectos, a tecnologia ainda causa estranheza ao torcedor. Quando é realmente necessária? Ela se sobrepõe ao julgamento do árbitro de campo? O VAR ainda é um assunto novo e que pede atenção, sem dúvida. Aliás, assim como outras tecnologias que estão sendo usadas na competição.
COMO FUNCIONA O VAR
O sistema de vídeo-arbitragem VAR (do inglês, sigla para Video Assistant Referee) foi lançado em meio a polêmicas em dezembro do ano passado. Contudo, voltou à tona agora com o campeonato de futebol mais importante do planeta. Na verdade, não se trata de nenhuma tecnologia digna de filme de ficção. O VAR nada mais é do que um sistema composto por um conjunto de câmeras que repassam as imagens do jogo em uma cabine isolada. Assim, assistentes de vídeo podem rever as jogadas e apontar quando houve ou não uma jogada duvidosa ou digna de revisão.
Estamos falando de um apoio vindo de fora de campo para o juiz. Aliás, este, muitas vezes não está tão perto da jogada quanto deveria. Dessa forma, precisa de um auxílio para ser justo ao julgar uma falta, um pênalti ou algo do tipo.
Esse auxílio vem em duas vias: tanto o árbitro pode ficar em dúvida e chamar o VAR, quanto o VAR pode ver um pênalti que o juiz não viu e chamá-lo a considerar o lance, por exemplo. Com um monitor à beira do campo, o árbitro revê os lances duvidosos e toma sua decisão final. Em todos os casos, a decisão do árbitro em campo é soberana.
PODE ISSO?
O árbitro não pode recorrer ao VAR em toda e qualquer situação. Aliás, isso acabaria mais atrapalhando do que melhorando o aproveitamento da partida. De fato, são apenas quatro os tipos de lances que podem ser revistos:
GOLS
Uma das funções do VAR é “ajudar o árbitro a determinar se houve alguma infração que impeça de validar o gol”. Ou seja, o VAR revisa possíveis impedimentos, posturas ilegais (toque de mão, por exemplo) e até se a bola entrou mesmo.
PÊNALTIS
É função do VAR auxiliar o árbitro em campo a decidir corretamente ao marcar pênalti ou não nas disputas mais nebulosas.
CARTÕES VERMELHOS
Com o VAR, o árbitro pode garantir que o jogador seja punido corretamente em caso de infração.
IDENTIFICAR CORRETAMENTE JOGADORES
O VAR pode ajudar quando, em jogadas com muitos jogadores envolvidos, o árbitro não consegue identificar todos. Assim, não consegue dar falta ou outra punição cabível para um ou mais deles.
Ainda assim, o VAR é visto ainda com tanta reticência pelos torcedores. O sistema não veio para acabar com os erros de arbitragem, mas sim para auxiliar a evitar erros graves. No entanto, ainda é operado por humanos. E humanos erram, eventualmente.