O município de Rio Claro tem um dos maiores índices de perda de água tratada da região, quiçá do Brasil. Há anos a taxa fica em torno da média nacional que é de 40,3% segundo levantamento do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério do Desenvolvimento Regional, divulgado em dezembro do ano passado. A média estadual de perdas de água tratada na distribuição é de 38%. A pesquisa tem como base os dados de 2021.
Aliás, segundo o SNIS, em vez de diminuir, a média nacional aumentou nos últimos anos passando de 37,2% em 2011 para 40,1% em 2021 (ano-base 2020) e 40,3% em 2022 (ano-base 2021). Esse percentual refere-se à água que é desperdiçada no trajeto entre as centrais de distribuição e as residências dos consumidores. Os fatores das perdas são diversos e englobam vazamentos, ligações clandestinas, rompimentos na rede, fraudes, entre outros.
De acordo com o Daae (Departamento Autônomo de Água e Esgoto), ações realizadas nos últimos anos conseguiram reduzir as perdas em 2%. “Rio Claro está dentro da média nacional, que é cerca de 40%. Este número foi reduzido em aproximadamente 2% com ações feitas pelo Daae de Rio Claro nos últimos anos, como combate a fraudes e ligações clandestinas e instalação de macromedidores”, informa a autarquia.
Outra ação realizada pelo Daae é a troca das redes antigas por tubulações mais modernas e resistentes. “Grande parte da rede é bastante antiga, de ferro fundido, cimento amianto e PVC. Nos reparos emergenciais e trocas na rede, o Daae tem feito a substituição por polietileno de alta densidade (PEAD), material moderno, com mais de 100 anos de vida útil, resistente ao impacto e imune a corrosões”, explica.
Além disso, o Daae ressalta que “tem feito projetos e estudos com base no Plano Diretor de Águas, no Plano de Recuperação de Perdas e na Revisão do Plano de Saneamento da cidade”. Mesmo assim, o índice de perdas de água tratada em Rio Claro é grande. A cidade de Limeira, por exemplo, fechou 2022 com índice de perdas de 19,92%, segundo informação divulgada pela BRK, concessionária que administra o serviço. O percentual é um dos menores do país, o que coloca Limeira em 4º lugar no Ranking do Saneamento 2022 do Instituto Trata Brasil, no quesito perdas de água, e 6º na colocação geral da lista que inclui as 100 maiores cidades brasileiras.
Outras cidades
Além de Limeira, o município de Santa Gertrudes também tem índice de perdas melhor do que Rio Claro. Segundo a BRK, responsável pelo serviço de saneamento, Santa Gertrudes terminou o ano de 2022 com índice médio de perdas de 21,97%. Segundo a concessionária, o percentual é menor que o registrado pelo município em 2021 que foi de 24,79%.
Enquanto isso, outros municípios ainda lutam para reduzir as perdas de água. Assim como Rio Claro, Piracicaba tem alto índice de perdas de água tratada, de 54,56%, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Nesse patamar também está Analândia com 50,55%, seguido de Araraquara com 50,42% e Americana com 50,24%.
Na faixa dos 40% estão Ribeirão Preto com 47%, Araras (42,05%), Pirassununga (40,06%) e São Carlos (45,38%). O município de Itirapina tem índice de 35,82%, Sumaré (36,28%), Ipeúna (32,28%), Rio Claro (26,03%), Cordeirópolis (25,08%), Santa Gertrudes (25,7%), Corumbataí (21,29%), Campinas (20,57%) e Limeira (20,2%), segundo o SNIS 2022 (ano-base 2021).
Vale lembrar que a meta do Novo Marco Legal do Saneamento Básico (Lei nº 14.026/2020) é reduzir o índice nacional de perda na distribuição de água dos atuais 40,3% para 25% até 2033. Além disso, o marco legal prevê que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90% à coleta e tratamento de esgoto no mesmo prazo.
Por Ednéia Silva