E a confecção das pipas vai muito além de unir varetas e colar um papel. O procedimento virou arte. Tanto é que existem concursos para eleger as pipas mais bonitas e originais. Há ainda festivais de pipas com provas diversas, inclusive competição de empinar. Mais de 30 países no mundo realizam festivais de pipa, inclusive o Brasil. O maior deles é realizado na cidade de Weifang na China.
Ou seja, o brinquedo virou esporte que tem um número de adeptos cada vez maior. Entre ele está Dil Augusto que, além de produtor de pipas, também participa de competições e com bons resultados. Ele já conquistou alguns troféus na modalidade pipa artística. Dil ficou em 1º lugar nas categorias taqueado e geométrico em campeonato realizado na cidade de Santo André (SP).
Para a disputa da categoria taqueado ele fez uma reprodução de imagens dos atores do filme “Velozes Furiosos”. Tanto trabalho valeu a pena e Dil voltou com o troféu de campeão para casa. Também venceu competição realizada em Santa Gertrudes (SP), e ficou em terceiro lugar em outras duas competições realizadas pelo município vizinho.
Questionado sobre onde busca ideias e inspiração para suas criações, ele diz que observa desenhos, figuras, fotos, qualquer imagem que possa ser transportada para as pipas. Escolhida a estampa, é só fazer o projeto e iniciar a confecção.
Além disso, muitas pessoas procuram a loja com uma ideia pronta. Querem confeccionar uma pipa para homenagear alguém ou para usar como objeto de decoração, por exemplo. Um super herói pode decorar a parede do quarto de uma criança, por exemplo. Tudo depende do desejo do cliente e seu amor pelos papagaios. As possibilidades são infinitas.
Diversão segura
A brincadeira de empinar pipa é pura diversão. Mas atenção, nada de usar linha chilena ou cerol, cuja venda e uso são proibidos por lei. Os pais devem ficar atentos porque podem ser responsabilizados pelas infrações dos filhos flagrados usando esses materiais.
Além disso, dê preferência a lugares abertos e longe da rede elétrica. Feito isso, é só escolher a pipa, definir o tamanho da linha, pôr a rabiola (cauda) para proporcionar estabilidade (se quiser/precisar) e soltá-la no ar. Divirta-se.
Curiosidades sobre as pipas
Pipa já foi arma de guerra
A pipa nasceu na China antiga por volta de 1200 a.C., feitas de seda e bambu. O primeiro relato escrito sobre pipas empinadas é de cerca de 200 a.C. Os arquivos mencionam pipas gigantescas, capazes de transportar um homem no ar, destinadas a observar a posição do inimigo. Os movimentos e as cores das pipas eram mensagens transmitidas à distância entre destacamentos militares. O imperador chinês Wu que reinou entre 141 e 87 a.C., usou pipas para pedir ajuda quando estava cercado pelas tropas inimigas em Nanjing. Durante a Primeira Guerra Mundial, os exércitos britânico, francês, italiano e russo usaram pipas para observação e sinalização inimiga. (Fonte: studhistoria.com.br)
Da China para o mundo
Da China, as pipas viajaram para o Japão, a Índia, e então para a Europa, de onde ganharam os céus do Ocidente. Por volta do século 13, o empinar pipa havia se espalhado por comerciantes da China para a Coréia e da Ásia para a Índia e o Oriente Médio. O empinar pipa espalhou-se pela Europa entre os séculos XIV e XV, com menções de Vasco da Gama, Giovanni Della Porta e William Shakespeare. Cada área desenvolveu um estilo distinto de pipa e um propósito cultural para voá-los.
Popularidade
Até o início de 1600, as pipas eram normalmente usadas para a diversão dos adultos. Mas começaram a surgir ilustrações de crianças brincando com pipas em forma de pêra por volta de 1618, e as pipas continuaram a crescer em popularidade entre as crianças até hoje.
Pesquisas científicas
Nos séculos 18 e 19, as pipas eram usadas como veículos e ferramentas para pesquisas científicas. Homens como Benjamin Franklin e Alexander Wilson usaram seus conhecimentos sobre pipas para aprender mais sobre o vento e o clima. Sir George Cayley, Samuel Langley, Lawrence Hargrave, Alexander Graham Bell e os irmãos Wright fizeram experiências com pipas e contribuíram para o desenvolvimento do avião. Ao longo dos anos, as pipas foram usadas na ciência, meteorologia, construção civil e fotografia.
Por Ednéia Silva / Foto: Divulgação