A Justiça aceitou denúncia do Ministério Público do Estado de São Paulo contra um jovem acusado de manter um arsenal nazista em um depósito localizado no Jardim Planalto na cidade de Cordeirópolis.
Como noticiou o Diário do Rio Claro, os materiais foram encontrados no dia 25 de novembro deste ano por policiais da Delegacia de Cordeirópolis e da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Limeira, quando o réu foi preso em flagrante.
Entre os itens localizados estão lança-foguetes, minas terrestres e bazuca, além de broches, capacetes, bandeiras e livros. Todos foram apreendidos em cumprimento a mandado judicial de busca e apreensão. Explosivos desativados tinham carga de TNT e foi acionada uma equipe antibomba do Grupo Especial de Reação para desativá-los.
Segundo a denúncia do MP, além de explosivos, havia armas e munições de uso restrito e proibido, como 23 granadas, 7 granadas de lançamento, 1 granada 40mm, porções de Trinitrotolueno (TNT), 3 lança-foguetes, 2 minas terrestres, 5 morteiros, 1 bazuca, sinalizadores, 1 espoleta elétrica, 4 relógios morteiros, 2 armadilhas de detonador, 1 base de foguete, 101 munições de fuzil 766, 100 munições sem calibre aparente, 7 cartuchos de arma portátil, 2 conjuntos de lança chamas, 2 cartuchos de canhão, 5 cartuchos de pequeno porte e 10 cartuchos LC43-50.
O MP detalha que o acervo incluía capacetes com a cruz, suástica, cruz suástica, casacos com símbolos nazistas, panfletos e livros nazistas, enfeites com as fotografias de Adolf Hitler, bandeiras grandes com a cruz suástica, tijolo de barro com a suástica, espadas com a cruz suástica, talheres e insígnias, tudo com símbolos nazistas, “provavelmente objetos originais daquela época”.
A denúncia diz que o acusado “comercializava armas de fogo, acessórios, munições, artefatos explosivos, além de objetos que ostentam a cruz suástica ou gamada para divulgação do nazismo, e armazenava na sua própria residência tanto o material bélico quanto os itens racistas”. E acrescenta que o jovem divulgava os produtos relacionados ao nazismo por meio de uma página na internet.
A Justiça aceitou denúncia por crimes do sistema nacional de armas e por “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”, que tem como pena prevista prisão por período de um a três anos e multa em caso de condenação.
Juíza da Vara Única de Cordeirópolis, Juliana Silva Freitas, estipulou prazo de dez dias para que o acusado formalize sua defesa e apresente testemunhas e também solicitou laudos periciais para a Polícia Civil.
À época da prisão, o então advogado de defesa de Gustavo José Ferreira Alves disse que o material apreendido não apresenta risco e que estava exposto dentro da casa, onde há muitos itens de coleção que não foram apreendidos. Disse, ainda, que as armas que foram apreendidas pela polícia não estavam com munição, que Alves nunca fez apologia ao nazismo e que isso será confirmado pela Justiça.
O defensor disse que não está mais à frente do caso. A reportagem não conseguiu contato com quem assumiu a defesa até o fechamento desta edição.
Fotos: MP/SP