É preciso paciência, precisão e muito talento. É com essa combinação de habilidades que Bia Reis, de 26 anos, moradora do Jardim Mirassol, em Rio Claro, vai colorindo as mandalas que produz com pontinhos de tinta utilizando a técnica do pontilhismo.
“É preciso muita concentração, senão é fácil de errar. E eu não posso, afinal, é para a venda”, explica a jovem, que também fabrica outras peças encantadoras em seu ateliê montado em casa. Se destacam as plaquinhas de vibrações (mini-mandalas com palavras positivas), escapulários natalinos, guirlandas, e vários outras.
Empreendedora, a Bia já conquistou a independência financeira do Ateliê. “Eu pago tudo. Cada potinho de tinta, cada pincel. Tudo vem daqui. Fui pegando as técnicas no colégio em que eu estudava e aprimorando cada vez mais”, comenta ela.
Em 2017, a jovem foi incentivada por sua família a abrir o Ateliê ‘Bia Reis’ e, desde então, vem se dedicando a aprender cada vez mais para aprimorar técnicas.
A Camila, irmã de Bia, viu o talento na pequena e fez o primeiro investimento no negócio. Hoje ela já tem outra função na empresa. “Acaba sendo minha funcionária. Ela cuida do financeiro. Sabe como eu pago ela? Com amor”, falou sorrindo.
Em 2018, Bia realizou o sonho de ter uma exposição e venda dos seus produtos, a 1ª Exposição e Vendas do Ateliê Bia Reis, que foi realizada na Grande São Paulo.
Em 2019, devido a dificuldade de encontrar locais onde ela pudesse vender seus produtos, pois os valores cobrados para participar das feiras e eventos eram muito altos, Bia e sua irmã Camila idealizaram o Projeto ‘EmpreenDown’.
A ação foi criada para dar visibilidade a empreendedores com síndrome de Down. Elas entram em contato com empresas e solicitam que dessem um espaço para que a venda fosse realizada aos funcionários. A ideia e o projeto foram um sucesso.
Além disso, elas também promovem eventos próprios somente com expositores com síndrome de Down. “O projeto cria oportunidade de negócios para esses jovens continuarem fazendo e vendendo seus produtos, aumentando assim a autonomia pessoal, financeira e a confiança no próprio trabalho”, falou Camila.
E mesmo em pouco tempo, o projeto já tem muitas histórias de superação, como a da jovem que conseguiu, pela primeira vez, comprar um presente para o Dia dos Pais com o próprio dinheiro ou de outra que passou pela perda de um ente querido e entrou em depressão. “Quando ela começou a fazer artesanato e vender as peças, voltou a sorrir e a se comunicar melhor. Além de estar mais responsável com todas as questões pessoais e profissionais”.
Ao Diário do Rio Claro, Camila diz que esses relatos são um incentivo para continuar com o projeto que também promoveu mudanças na vida da Bia. “Ela é outra pessoa, apesar de ser jovem é super responsável com os compromissos, está mais madura nas conversas e decisões e tem autonomia pessoal. Além disso, conquistou autonomia financeira, porque tem uma conta bancária no nome dela onde fica o dinheiro que ganha com as vendas. Ela reinveste em materiais para o ateliê e o lucro gasta com as coisas que gosta de fazer, ir para baladas, jantar com a família, entre outras coisas”.
Em fevereiro de 2022 Bia e a família se mudaram para Rio Claro, onde a jovem continua vendendo os produtos pelas redes sociais e espera, de alguma maneira, conseguir empresas para alavancar os negócios na Cidade Azul.
“Eu amo artesanato. Foi onde comecei minha independência financeira, me sinto mais responsável, ajudo mais e mais minha família. A melhor parte do meu trabalho é quando minhas peças ficam prontas e recebo elogios. Eu amo!”, finalizou.
Para encontrar Bia nas redes sociais é fácil, basta procurar no Instagram, Facebook e Youtube por @ateliebiareis.
Foto: Divulgação