Com 17 homicídios registrados desde janeiro deste ano, Rio Claro tem a média até essa quinta-feira (11) de um homicídio a cada 16,64 dias.
E nas estatísticas divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, o município está à frente de cidades como Piracicaba, com 16 casos de janeiro a agosto, Limeira, com 3, Araras, com um registrado no mês de maio, e São Carlos, com dez homicídios no mesmo período.
Os mais recentes foram registrados em menos de uma semana tendo como vítimas o pedreiro Bruno Vilha, de 32 anos, encontrado enterrado nessa quarta-feira (10) no antigo Horto. O corpo tinha uma perfuração. Na noite de terça-feira (9), André Francisco Breda, de 39 anos, foi morto a tiro em frente à sua casa na Avenida 22-A, no bairro Bela Vista. O homem foi assassinado meia hora depois de ter deixado a delegacia, onde prestava depoimento após ser acusado de furto em um estabelecimento comercial.
Na sexta-feira (5), por volta das 15 horas, Alex Lautenschleger Santana, de 37 anos, foi morto a tiros no quintal da casa de um amigo na Rua M-9, no Cervezão. Neste, um acusado foi identificado poucas horas após o assassinato e continua preso. Ele disse em depoimento que serviu de motorista para os autores.
O advogado e presidente da Comissão de Segurança da OAB, Adriano Marchi, avalia que mesmo com os registros recentes, Rio Claro vem baixando os índices. “Infelizmente, o país está mergulhado numa profunda crise socioeconômica e a ação policial consiste na manutenção dos efeitos e não na correção da causa. No caso de homicídios, a grande maioria das ocorrências está atrelada às pessoas com estreita ligação ao mundo do crime, sendo que, nestes casos, a população não é diretamente atingida e a polícia não tem como impedir o fato”, analisa Marchi.
Esclarecidos
Entre os casos mais recentes e considerado como esclarecido pela Polícia Civil, é o do contador Luiz Gustavo Bertolozzi, de 39 anos, morto em uma suíte de motel no dia 17 de setembro. “O caso foi solucionado, um dos envolvidos foi preso e confessou a participação”, declarou o Delegado Seccional de Rio Claro, Paulo Nabuco, esclarecendo ainda que o crime posteriormente foi registrado como latrocínio e não entra nas estatísticas de homicídio.
Um outro caso que teve desfecho foi o que vitimou Paulo Sérgio Correa da Silva, de 47 anos, morto a facadas no bairro Jardim Novo Wenzel, registrado no dia 19 de agosto. No dia 24 do mesmo mês, o autor, um açougueiro de 24 anos, se apresentou na delegacia e alegou que as partes estavam em um bar, iniciaram uma discussão, entraram em luta corporal, até que esfaqueou a vítima.
“As investigações dos casos seguem e estão em cima para resolvê-los”, afirmou o delegado Seccional.
Rio Claro mais violenta que Campinas
Matéria já divulgada pelo Diário do Rio Claro em julho mostrou que a cidade tem média de 19,4 homicídios e mortes violentas por causa indeterminada por grupo de 100 mil habitantes. É o que aponta o Atlas da Violência 2018, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), referente ao ano de 2016.
No ranking crescente da mais segura para a mais violenta, a Cidade Azul figura na 81ª posição, ficando abaixo de Limeira (entre as dez mais seguras, com 7,4 mortes por grupo de 100 mil habitantes), Piracicaba (com taxa de 12,4), Leme (13), Campinas (com 16,1), Ribeirão Preto (15,1) e Sorocaba (com 17). Veja no gráfico ao lado a disparidade na comparação entre a Cidade Azul e os seis municípios listados acima.
Reunião segurança
No dia 20 de setembro, autoridades de diversos órgãos de segurança se reuniram para discutir o tema e fortificar o trabalho de integração dos setores focando a redução da criminalidade no município.