Na manhã dessa quinta-feira (1º) equipe da perícia esteve no prédio central do Instituto de Biociências (IB) do câmpus da Unesp em Rio Claro para vistoriar o local e colher dados que devem apontar a real causa do incêndio que destruiu grande parte do prédio e também importantes acervos.
Foi um momento também de contabilizar as perdas. Professores e alunos estiveram no local e lamentaram ocorrido. Emocionados e com lágrimas recordaram também a perdas de duas coleções biológicas, nos últimos 10 anos, queimadas no Brasil, sendo no Instituto Butantan e no Museu Nacional do Rio de Janeiro.
O incêndio começou por volta das 16 horas e foi controlado na noite de quarta-feira (31) após horas de trabalho dos bombeiros. O fogo se alastrou e consumiu laboratórios, salas de aula, entre outros espaços que servem ao ensino, à pesquisa e à extensão universitária.
REFORMA
A necessidade de uma reforma no prédio já tinha sido apontada, porém a tragédia ocorreu antes e acabou destruindo muitos materiais. Em nota da Universidade foi confirmado que a reforma deveria acontecer. “A direção da unidade universitária tinha conhecimento da necessidade de uma ampla reforma estrutural na edificação, construída em 1977, e estava preparando o processo licitatório neste semestre, com recursos destinados às unidades pelo programa de infraestrutura lançado neste ano pela atual Reitoria, no valor global de R$ 700 milhões, para toda a universidade. A reforma no prédio central do IB de Rio Claro, com troca das redes elétrica e hidráulica, estava prevista para ocorrer em 2023 e era uma das principais metas da unidade universitária”, informou.
Além deste programa, a administração central da Unesp tem liberado, desde o final de 2021, recursos para investimentos pontuais em infraestrutura, no âmbito do Programa Unesp Presente, por meio de 16 editais para atender a diversas demandas reprimidas em razão da crise orçamentária e financeira que atingiu a universidade até 2020. O Instituto de Biociências foi contemplado com um total de R$ 5,5 milhões em 2022 para infraestrutura.
Os prejuízos materiais e, sobretudo, científicos estão sendo dimensionados pelas equipes que trabalham no local. As causas do incêndio ainda estão sendo apuradas. A Unesp está consternada com as perdas do instituto e se solidariza com todos os docentes, pesquisadores, estudantes e funcionários técnico-administrativos que tiveram seus trabalhos interrompidos por esta terrível ocorrência. A administração central se dedicará diuturnamente para que a rotina acadêmico-científica seja retomada o mais breve possível.
AULAS
A Universidade informou também que as aulas no IB de Rio Claro seguem restritas para que as estruturas do prédio atingido pelo fogo sejam avaliadas pela equipe de engenharia da Universidade. As atividades no Instituto de Biociências e Ciências Exatas (IGCE), a outra unidade universitária do câmpus de Rio Claro, seguem normalmente.
MANIFESTO
“É muito difícil ver a sua pesquisa e sua educação pegando fogo”, destacou uma das alunas durante abertura de assembleia realizada na tarde dessa quinta-feira (1), na UNESP. “A gente não sabe de quase nada na verdade, então convidamos diretores dos institutos, professores para nos informarem. Eles que também sentiram na pele 60 anos de pesquisa”, destacou a aluna, durante o ato intitulado “Em defesa da Universidade Pública”.
Um dos professores explicou aos alunos todas as coleções que foram perdidas.
O momento foi ainda de gratidão e homenagem aos professores. “A nossa presença aqui hoje é uma homenagem à ação de vocês, professores e estagiários que tentaram salvar essas pesquisas tão ricas”, destacou a aluna.
Por Janaina Moro / Foto: TV Claret