O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) está cadastrando de voluntários que saibam a Língua Brasileira de Sinais (Libras) para trabalhar nas eleições de outubro deste ano. As pessoas cadastradas vão auxiliar os eleitores surdos ou com deficiência auditiva no dia da votação. “Esses colaboradores serão distribuídos pelos locais de votação para auxiliar eleitores e eleitoras surdas ou com deficiência auditiva a exercerem o direito do voto”, informa o TRE-SP.
Para se inscrever, o voluntário ou voluntária deve acessar o site do TRE-SP (https://www.tre-sp.jus.br) e preencher um formulário para cadastro. De acordo com o tribunal, os voluntários terão direito a benefícios. “Os colaboradores e colaboradoras que atuam nas eleições têm direito a dois dias de folga para cada dia de serviço prestado e recebem auxílio-alimentação no valor de 45 reais por turno de votação”, explica.
Além disso, os voluntários podem ainda “ter preferência no desempate em concursos públicos que tenham essa previsão no edital e utilizar as horas trabalhadas nas eleições como atividade curricular complementar em universidades”.
O assessor dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Rio Claro, Paulo Meyer, ressalta a importância de iniciativas como essa que apoiam o eleitorado com deficiência para o exercício da cidadania. “Esta iniciativa de buscar voluntários intérpretes de Libras para auxiliar a comunidade surda na hora do voto é mais uma ferramenta para facilitar o acesso a esse direito ao voto das pessoas com deficiência”, pontua.
Além dos voluntários com conhecimento em Libras, nas eleições deste ano, as urnas terão vídeo gravado por intérprete em Libras e os eleitores com deficiência dispõem de seções especiais de votação com acessibilidade. “A acessibilidade é fundamental para que todos possam ter garantido seu direito ao voto. Podemos destacar a evolução que tivemos com a urna eletrônica que, no caso do deficiente visual, disponibiliza as teclas em Braille e, se necessário, podemos requerer fone de ouvido para ouvir (áudio descrição) o que está na tela, para votar com segurança”, destaca.
Meyer lembra a dificuldade enfrentada pelos eleitores com deficiência visual para votar em cédula. “Tínhamos que escrever de forma clara o nome do candidato, pois não havia nenhuma base e não podíamos votar no método Braille. Com certeza muito voto naquela época foi anulado por estar inelegível, quem sabe lesando possivelmente o direito de um deficiente visual que tentava votar em seu candidato”, lembra Meyer, frisando que toda iniciativa que contempla caminhos para a inclusão é fundamental para a sociedade.
Por Redação DRC / Foto: Divulgação/TSE