31 de dezembro
O último dia do ano de 2021 permite que se faça um rápido balanço do que se passou.
A pandemia da Covid deixou o mundo de joelhos. O medo e a angústia tomaram conta das pessoas. Muitos morreram. Vacinados ou não. Mesmo médicos e enfermeiras se foram, em consequência desse vírus maligno e nefasto. Crianças, velhos e jovens, igualmente, não venceram a luta contra esse vírus. Famosos e desconhecidos se foram. Os velórios foram proibidos. O choro pelos mortos ficou restrito às paredes do lar.
Esse vírus levou pequenos empresários e comerciantes a fechar as portas de seus negócios. Crianças e jovens deixaram de ir à escola e à faculdade, por cautela, e passaram a ter aulas em casa. Perderam a experiência resultante do convívio diário. Formaturas foram feitas, ‘telepresencialmente’. Cerimônias sem odor e sem tato. Outras crianças, sem condições de utilizar computadores em casa, sofreram mais do que aquelas outras, porque não puderam participar das aulas (escolas fechadas).
Esses dois últimos anos, sem dúvida, foram de perda para todos, porém, para essas crianças pobres, o dilema se tornou ampliado. Bancários, muitos perderam seus empregos. Os bancos, aproveitando-se da nova fase do serviço prestado em casa, passaram a empreender a digitalização, de modo que não se precisou mais da agência física bancária para abertura de conta corrente, pedido de empréstimo, aconselhamento físico com o gerente local. Por isso, muitas agências bancárias foram fechadas. Sem dó nem piedade.
Supermercados, com o mesmo propósito, substituem os funcionários, que atendiam nos caixas, por um sistema que dispensa o operador de caixa. O cliente passa o produto pelo leitor ótico, ensaca e realiza o pagamento com o cartão de crédito. Tudo parece muito simples. Mas essa simplicidade substitui o trabalhador por um sistema de inteligência artificial. O homem do campo também vai sendo substituído por máquinas que aram, semeiam, colhem e ensacam.
Não se coloca em dúvida a eficiência e a melhora na produtividade com o advento da inteligência artificial. Mas não se pode esquecer do homem, principalmente, daquele que não se verá colocado no mercado de trabalho por falta de orientação desde já, para obter, assim, a adaptação, paulatina e constante, para ingressar no mercado do futuro.
Tem-se observado que nem os mendigos se salvam neste tempo moderno. Nas cidades, poucas pessoas têm no bolso dinheiro (papel-moeda) para realizar a caridade.
Já se vêem ambulantes colocando saquinhos de balas nos retrovisores dos veículos, informando que aceitam o pagamento pelo sistema Pix. É a modernização impelindo o trabalhador avulso a utilizar tal expediente para sobreviver.
Seguindo, há notícias de rios envenenados e o ar, contaminado. E a floresta e a mata ardem, consumidas pelo fogo. Animais e peixes não escapam da morte dolorosa.
Mas não se tem certeza de nada. Admitam os crentes ou não admitam os ateus, o cenário exibe fome, peste, guerra e a morte.
Esse é um balanço superficial dos grandes temas que afligem o mundo.
De todo modo, a esperança e a fé são como as flores brancas que nascem nos pântanos e águas lodosas. São as flores de lótus, brancas e imaculadas.
Olhemos para o futuro, portanto. Com esperança e fé.
É o que nos basta. Assim penso.