Certamente que, para escrever sobre o Velo Clube, o D’Esportes precisaria de, no mínimo 10 páginas. Mas, o espaço é o adequado para homenagear a agremiação que é uma das mais tradicionais e queridas do interior paulista, a Associação Esportiva Velo Clube Rio Clarense, que neste dia 28, completa 112 anos de fundação. Esse é o propósito das linhas que vem na sequência. Vamos a elas!
Com origem no ciclismo, o Velo Clube aderiu ao futebol em 1920, a partir da fusão com o Comercial FC. A primeira grande conquista do Rubro-Verde rioclarense foi o título de campeão do interior, conquistado em 1925.
Ao longo dos anos, o Velo foi conquistando adeptos e no ano de 1973, através de uma enquete realizada pelo extinto jornal Diário da Noite, foi apontado como o clube de quinta maior torcida do estado de São Paulo, atrás apenas dos grandes clubes da capital.
Em 1972, como resultado do esforço de toda coletividade velista, o Velo Clube inaugurou o estádio que levaria o nome de um de seus mais dedicados e atuantes dirigentes, Benito Agnello Castellano.
A década de 1970, foi para muitos velistas, a mais gloriosa da história centenária do Rubro-Verde da Rua 3, formando times de grande poderio técnico, muitos revelados no próprio clube, e obtendo vitórias consagradoras, que faziam lotar o estádio Benitão.
O ponto culminante dessa trajetória aconteceu no dia 17 de dezembro de 1978, quando mais de 15 mil velistas, lotaram as dependências do estádio, na partida em que o Velo venceu por 1×0, o São José e conquistou no campo, na bola e na raça o seu direito de disputar a Divisão Especial.
Porém, uma decisão da Federação Paulista, até hoje contestada pelos torcedores mais antigos, obrigou o Velo ratificar o acesso, um ano depois, naquela que foi a maior mobilização da coletividade esportiva de Rio Claro em todos os tempos e que, dificilmente irá se repetir.
Dez mil velistas marcaram presença nas 3 partidas, disputadas em Campinas, contra o Paulista de Jundiaí, no frio mês de junho daquele ano, para empurrar o time a duas vitórias e um empate, que o conduziram à elite do futebol de São Paulo.
O feito é inigualável em sua importância, porque, diferentemente do que acontece hoje, todos os clubes grandes da capital vinham jogar contra as equipes do interior, durante o campeonato paulista, o que garantia prestígio, projeção e boas rendas a esses clubes.
Em 1980, o Velo sagrou-se campeão estadual juniores, time que revelou para o profissional, o camisa 10 Patola, até hoje lembrado com carinho pela fiel e numerosa torcida velista.
A partir de 2010, desde a chegada do empresário João Donizete Marcondelli para administrar o futebol do Velo Clube, a gestão do presidente José Pedro de Paula Caraça, e, depois, de Adalberto Irineu Borges, e atualmente, de Reginaldo Breda, o Velo vive nos tempos.
O clube recuperou a credibilidade perdida, resgatou o orgulho do seu torcedor e reencontrou o caminho das vitórias. No ano de 2014, uma reforma no Benitão, adequou o estádio às exigências da Federação Paulista.
Dentro das quatro linhas, o Velo conquistou dois acessos seguidos, da Segunda Divisão para a Série A3 em 2010, e da Série A3 para a Série A2 em 2011, quando se destacaram o técnico João Vallim e o artilheiro Reginaldo, entre outros.
Mas foi em 2020, que o Velo levantou finalmente a taça de campeão, com o título da Série A3, conquistado de maneira brilhante, por uma equipe determinada, conduzida com segurança pelo técnico Cléber Gaúcho, à beira do gramado, e dentro dele, pelo capitão Niander, e os gols decisivos do artilheiro Lucas Duni.
A expectativa para o futuro é promissora. Através de uma parceria com a empresa Salto Sports, dirigida pelo empresário Luiz Gregorin, o Velo está em atividade com suas categorias de base, disputando os campeonatos oficiais da Federação Paulista de Futebol.
Integrante da Série A2 do Campeonato Paulista, está mantido entre todos da agremiação rubro-verde, o sonho de retornar à elite do Paulistão. A diretoria do Velo, trabalha com esse objetivo.
O D’Esportes parabeniza o Velo Clube pelos seus 112 anos de existência. E enaltece todos aqueles que dedicaram esforços e derramaram suor e lágrimas, pelo querido Rubro-Verde, o Galo de Vitórias Mil!
Aos atuais dirigentes os votos de boa sorte e muito sucesso. E à torcida do Velo, em especial, os nossos parabéns. Nessa gloriosa trajetória velista de 112 anos bem vividos, o jornal Diário e o torcedor do Velo, sempre caminharam juntos. Valeu, Velão!
Por Geraldo Costa Jr. / Fotos: Reprodução