Pagar contas. Para muitos aposentados, é esse o destino do dinheiro referente à primeira parcela do décimo terceiro que foi liberada nessa segunda-feira (27) para aposentados e pensionistas.
“E dá para fazer mais alguma coisa? O salário que a gente ganha não dá nem para viver”, desabafou o aposentado Eduardo Bernardi. Ele diz que vai arcar com dívidas do dia a dia da casa e tentar ajudar um pouco a filha que está doente.
O aposentado José Carlos de Camargo até gostaria de seguir outros planos, mas não vai ter jeito: o dinheiro também vai para quitar um pouco das dívidas. “Eu gostaria muito de mexer em algumas coisas no meu carro, que já está bem velho, mas não sobra”, afirmou.
O aposentado José Amorim e a mãe, Edite Barbosa, têm outros planos. “Vamos utilizar para a construção da casa. É pouco, mas vai ajudar”, disseram.
Com a antecipação da primeira parcela que acontece desde 2006, a estimativa é de que seja injetado na economia do Brasil R$ 20,7 bilhões em agosto e setembro.
Os depósitos, segundo a Secretaria de Previdências, são feitos junto com a folha mensal de pagamentos e seguem até o dia 10 de setembro. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) informou que 29,7 milhões de pessoas devem receber a primeira parcela do que corresponde à metade do benefício. Aos que começaram a receber depois de janeiro deste ano, o valor será proporcional.
O desconto do Imposto de Renda fica para a segunda parcela, que deve ser liberada em novembro e dezembro.
Entre os que estão aptos para receber o décimo terceiro, aqueles que receberam benefício previdenciário de aposentadoria, pensão por morte, auxílio-doença, auxílio-acidente, auxílio-reclusão ou salário-maternidade durante o ano.
Os que recebem benefícios assistenciais, como Prestação Continuada e Renda Mensal Vitalícia, não estão na lista para receber o abono anual.