Previdência de Rio Claro (IPRC) de 2008 a 2011, teria sido apontado pela Polícia Federal na Operação Encilhamento como figura-chave em um esquema de desvio de recursos de fundos de pensão municipais. A informação é da Folha de São Paulo e foi divulgada no domingo (8).
Reginatto foi candidato pelo PSB em 2014, mas não foi eleito. O atual presidente da sigla em Rio Claro, o vereador Rogério Guedes, informou ao Centenário que o investigado não tem mais ligação com o PSB. “Ele não tem mais contato com o partido há três anos”, disse afirmando que o acusado não está mais filiado.
Consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não confirmou a alegação do presidente. De acordo com a lista de filiados, o ex-candidato teve sua filiação feita em 20/08/2013 e está em situação regular, ou seja, não se desfiliou.
Vale lembrar que o apontado como foragido pela PF presidiu o diretório municipal da sigla até 22 de junho de 2016, quando Anderson Golucci assumiu o posto.
PRISÃO DECRETADA
Conforme publicou a Folha, Reginato teve a prisão preventiva decretada em abril e está foragido nos Estados Unidos. A reportagem, assinada por Ana Paula Ragazzi, destaca que ele chegou a gerir R$ 590 milhões em fundos municipais.
A Folha afirma ainda que, em posse de documentos de uma investigação particular, o “foragido do Brasil por desvio da poupança de milhares de servidores e aposentados, está nos Estados Unidos fazendo aquisições”. São dois imóveis, um em Nova York e outro em Miami, e um barco, adquiridos desde dezembro, totalizando R$ 42,9 milhões. Ele teria outros dois imóveis em Boston, que somam mais R$ 9.2 milhões. A Folha informa também que o Relatório da PF aponta Reginatto como o elo que ligaria políticos de cidades do interior a operadores do mercado financeiro da capital paulista.
OPERAÇÃO
A Operação Encilhamento, segunda fase da Papel Fantasma, que apura fraudes envolvendo aplicação de institutos de previdências municipais, foi deflagrada no dia 12 de abril deste ano. De acordo com a Polícia Federal, os recolhimentos de servidores de 28 cidades geridas por institutos, eram aplicados em fundos que continham entre seus ativos debêntures (títulos de dívida) sem lastro emitidas por empresas de fachada.
ESQUEMA
O funcionamento do esquema, segundo divulgado na grande imprensa, era da seguinte forma: empresários e donos de corretoras estariam ligados à aberturas de empresas de fachada, que emitiam debêntures sem lastro (autorizadas pela Comissão de Valores Imobiliários) que eram incorporadas a carteira de fundos de investimentos também supostamente envolvidos na operação. Em seguida, consultores de investimentos se aproximavam dos institutos de previdências municipais e recomendavam a aplicação nos fundos, alegando que tinham rentabilidade maior.
No fim do prazo, o resgate das debêntures não seriam pagos aos institutos já que as empresas não teriam condições financeiras para efetuar o pagamento.
EM RIO CLARO
Além de ter atuado como diretor financeiro e contábil do IPRC, Renato de Matteo Reginatto foi assessor da secretaria de Desenvolvimento Econômico de 2006 a 2007 e diretor da secretaria de Governo de 2007 a 2008. Ivan Hussni era o secretário a frente das pastas.
EXONERAÇÃO
Conforme descreve a Portaria nº 58/2011 publicada no Diário Oficial do Poder Executivo de Rio Claro do dia 16 de dezembro de 2011, o acusado foi exonerado do cargo no Instituto de Previdência de Rio Claro (IPRC) no dia 12 de dezembro daquele ano. No mesmo dia, a Portaria nº 60/2011 exonera também Odair Sartori do cargo em comissão de Assessor Financeiro. Quem assina o documento é a então Superintendente do instituto Maria Amelia Bortolin Cestaro.
O Diário do Rio Claro tentou acionar a assessoria de Reginatto para ouvir sua versão, mas até o fechamento da matéria não conseguiu fazer contato.
[…] A defesa do ex-diretor do IPRC, Renato de Matteo Reginatto, apontado pela Folha de São Paulo como foragido da justiça e que supostamente estaria vivendo nos EUA, enviou nota ao Diário do Rio Claro contestando alguns pontos da reportagem veiculada na edição de terça-feira (10), publicada no Centenário e intitulada “Ex-diretor do IPRC é acusado de lesar fundos de aposentadorias”. […]