Inteligência relacional
Cresce a discussão sobre as mudanças que estão ocorrendo e que deverão ocorrer a partir da pandemia.
As questões de ordem econômica, social, política e geopolítica tentam traçar rotas que levem a volta da normalidade, mesmo sabendo que não haverá normalidade da forma como conhecíamos até aqui.
Na pauta, novamente a globalização. Um tema que parecia esquecido pela então “acomodação hegemônica” de países como os Estados Unidos e a China e porque não dizer da acomodação europeia assumindo seu papel de Velho Mundo
Quando tudo parece estar dentro de limites aceitos pela comunidade global, para a manutenção do estado sustentável em termos sociais, econômicos e ambientais surge um elemento novo, sem nenhum aviso prévio e com uma incrível capacidade de mudar tudo que até então parecia estável.
O primeiro caso de contaminação apareceu na maior cidade da China Central – Wuhan no final de Dezembro de 2019. Com características incomuns o novo covid19 já levou quase três bilhões de pessoas à quarentena.
Em meio às discussões de como ficará o mundo capitalista, industrializado, digitalizado e globalizado após o covid19 surge uma questão que sem dúvida nenhuma necessita uma maior atenção de todos nós que vivemos no planeta. Ela diz respeito ao relacionamento e ao modo de vida do ser humano.
A partir do confinamento pudemos perceber que o homem foi obrigado a repensar seus hábitos e suas relações consigo mesmo, com a família, com o trabalho e de um modo geral com o mundo a sua volta.
Esta experimentação de um mundo novo em suas relações não serão mais desfeitas em sua essência, pois a descoberta dessa realidade, em muitos aspectos, já pertencia ao homem, mesmo que ele não se apoderasse dela.
A Inteligência Relacional trata da capacidade do ser humano em lidar consigo e com os outros de forma mais saudável e equilibrada, justamente o que faz com que ele consiga conviver melhor com as adversidades do dia a dia em suas relações.
As empresas e organizações já vinham trabalhando a questão dos aspectos relacionais com alguma ênfase em sua gestão, na medida em que era cada vez mais perceptível que seus profissionais tinham um rendimento maior e melhor a partir de uma tratativa mais humanizada no ambiente de trabalho.
A pandemia, e seus efeitos, segundo os analistas comportamentais, serviu para acelerar essa realidade no tocante à gestão das empresas. A partir de agora haverá a necessidade de desenvolvimento de novas metodologias e novos modelos comportamentais na tratativa com a força de trabalho.
Equipes autônomas e mais fluentes, com profissionais mais flexíveis e resilientes serão algumas das demandas que as organizações terão a partir de agora.
Várias formas de trabalho, segundo as tendências observadas a partir da pandemia, continuarão a serem exercidas com maior isolamento social e em vários casos remotamente; isto demandará novas formas de convivência profissional – em ultimo caso uma nova forma de se relacionar com a empresa e com seus pares.
Estaremos, portanto, experimentando uma nova realidade de convivência e de inteligência nos negócios que vão muito além da tecnologia, da geopolítica e dos recursos financeiros.
Será necessário e de muita importância para a competitividade das empresas que a Inteligência Relacional se torne uma realidade na vida organizacional das empresas que desejam continuar no mercado.
Até…
O autor é conferencista, palestrante e Consultor empresarial. Autor do livro Labor e Divagações.
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