O empresário José Wilson de Souza, de 56 anos, morreu no dia 19 de julho. O cinegrafista Mauro Sérgio Gil, de 43 anos, em 23 de julho. Os dois tiveram complicações após contraírem criptococose, mais conhecida como “Doença do Pombo”. As duas vítimas estavam saudáveis. O diagnóstico apontou o problema, que evoluiu muito rápido, levando os dois a óbito na cidade de Santos.
O Diário do Rio Claro recebeu informações e orientações da bióloga e Chefe de Núcleo do Centro de Controle de Zoonoses, Milene Weissmann, para alertar sobre a doença.
Ela destaca que o contato com as fezes dos pombos pode causar principalmente problemas respiratórios. Os mais graves são meningite e encefalite. Entre as doenças relatadas estão a Histoplasmose ou Doença de Darling, Ornitose, Psitacose, Salmonelose e Criptococose. E orienta como a população pode se prevenir. “A prevenção se dá evitando o contato com as fezes, que são as responsáveis pela contaminação. A limpeza de locais infestados constitui medida prévia obrigatória em qualquer ação de controle”, esclarece.
Porém, a pessoa deve também ter todo um cuidado ao fazer esta higienização. “Recomenda-se o umedecimento das fezes com água, água sanitária ou outro desinfetante antes de varrer qualquer local, desde o chão, até o forro das casas. O uso de máscara protetora ou pano úmido protegendo as vias respiratórias (boca e nariz) é de extrema importância, pois a inalação de partículas de fezes ressecadas pode induzir a ocorrência das doenças citadas e outras também provocadas pelos pombos”, alertou a bióloga.
Existem meios de se evitar a proximidade com essas aves. As barreiras físicas podem ser bastante úteis. Representam medidas de controle que irão afastar os pombos das proximidades, sem influir no nível populacional. São medidas que impedem ou dificultam o pouso das aves em superfícies.
Entre as barreiras físicas podem se destacar a inclinação, quando uma modificação no ângulo da superfície onde os pombos costumam ficar torna o pouso instável; espículas que podem ser de ferro, aço, plástico ou acrílico colocadas em beirais de muros, lajes e marquises; ou telas protetoras que impedem o acesso ao forro do telhado, saídas de tubulações, frestas e caixas de aparelho de ar condicionado.
A profissional diz ainda que antes de mais nada é importante que as pessoas se conscientizem sobre o mal que podem causar alimentando pombos. “A supressão alimentar resulta diretamente na redução do potencial reprodutivo e da densidade populacional destas aves.
Portanto, deve-se recolher sobras de alimentos de animais domésticos, aves de gaiola e criações para não servirem de atrativo para pombos, roedores e baratas. A redução na oferta de alimentos vai afastar os pombos daquela região, já que eles terão que procurar por alimentos na própria natureza. Alimentar os pombos significa atraí-los para os centros urbanos”, salientou.
A contaminação que ocorre através das fezes dos pombos pode ser evitada desde que sejam seguidas as orientações passadas pelo Centro de Controle de Zoonoses. É importante ressaltar que os pombos são animais protegidos pelo Ibama através da lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Portanto, é proibida qualquer ação que provoque a sua morte, danos físicos, maus-tratos e apreensão. “O trabalho da saúde consiste em orientar a população em caso de infestação de pombos.
O Centro de Controle de Zoonoses faz esse trabalho. Acionado através do telefone da ouvidoria, o 3526-7105, que registra a solicitação do munícipe, o CCZ desloca um funcionário até o imóvel e seu proprietário é orientado a tomar as medidas necessárias para sanar o problema. A Zoonoses não instala equipamentos, mas indica qual o melhor caminho para manter os pombos longe do local”, explicou.
A Zoonoses cuida das medidas preventivas e orientações à população com relação aos riscos que os pombos podem representar à saúde. Também faz um trabalho educativo com palestras que podem ser solicitadas através dos telefones 3636-4441 ou 3533-7155.