A inflação oficial do Brasil, através do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), calculado pelo IBGE, ficou em 2,95% em 2.017, o menor nível desde 1998 (1,65%).
Em primeiro momento, pode parecer uma boa notícia, já que o índice caiu após significativas oscilações (acima de 4,5% desde 2009.
É claro que o governo comemora bastante feliz e faz disso perspectivas futuras de que a inflação continue a merecer a confiança do Poder Central e dos que acreditam nessa hipótese, mas que não vem ao encontro do desejo da maioria absoluta dos brasileiros que ainda padece na vivência do dia a dia.
Vale acrescentar a essa realidade o fato de que já foi calculado pelo IBGE, na ótica dos últimos doze meses, o índice de 4,53% ao ano e que abrange o mês de setembro do ano em curso, portanto, aí está uma ilusão de que não existe inflação no país, muito ao contrário, ela vai tomando dimensão à medida em que os dias vão se sucedendo.
É certo que a inflação não é sinônimo de baixa de preços, tanto é que, o que se verifica é um verdadeiro abuso contra o bolso do consumidor, cujos valores de produtos de um modo geral vêm se comportando de uma forma pouco recomendada, sem que haja disciplina por parte do governo, porque não consegue deter as rédeas da oscilação de preços. Faltam pulso e atitudes enérgicas para combater as majorações neste sentido.
Para que esses produtos se tornem acessíveis, o Brasil precisa adotar algumas medidas rápidas de deflação ou ganhos reais nos salários dos trabalhadores para a reposição do poder aquisitivo da população.
Entretanto, isto não vem acontecendo, razão pela qual quem ganha um salário mínimo iniciado em 2018, sem conseguir compensar a alta de preços, o salário de R$ 954,00 foi o menor que a inflação do ano passado.
Sintetizando esse cenário, observa-se que a queda do poder de compra e que vem assombrando os assalariados de uma forma geral, ainda continua no mesmo patamar, observa o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos (Dieese), Patrício Lino Costa.
Quem conseguiu manter dinheiro na poupança, a taxa da inflação foi favorável e, de acordo com o Banco Central, o rendimento anual da aplicação no acumulado do ano passado foi de 6,8% ao ano, porém, o ganho real da poupança, descontada a inflação do período, ficou em 3,09% ao ano, conforme cálculos da Confederação do Comércio.
Se para os poupadores o desempenho da inflação foi favorável, parece que a realidade é outra, porque os rendimentos auferidos líquidos não passaram de 0,3 a 0,4% ao mês, enquanto que a inflação superou consideravelmente a renda neste tipo de aplicação. Assim, de ilusão em ilusão, os brasileiros vão vivendo, sem perspectiva que lhes garanta melhor estabilidade, tanto no salário como no poder de compra.
As altas de preços continuam assustadoras, destacando-se em primeiro plano o botijão de gás com elevação de 16% em 2017, planos de saúde com aumento considerável, além do consumo de energia elétrica com uma elevação de 10,32%.
Para muitos, os itens que mais pesaram no orçamento do ano passado foram os gastos com combustíveis e gás. O pior é que a renda não acompanha essas altas. Esses muitos que são milhões afirmam que a percepção da inflação depende do tipo de consumo e da renda de cada pessoa.
Eis, portanto, o cenário da situação em que se encontra o país com algumas perspectivas de melhoria, dependendo dos homens que irão atuar no Congresso Nacional a partir de 2019.
Por Aléssio Canonice