Em entrevista ao Centenário, o advogado que atua na área do direito eleitoral, Leopoldo Dalla Costa de Godoy Lima, declarou que tem total confiança nas urnas eletrônicas.
O tema surge diante das diversas polêmicas acerca do sistema adotado pela justiça eleitoral no país.
“Sou totalmente favorável às urnas. Já acompanhei cerimônias de lacração e acho extremamente improvável a adulteração delas. Costumo dizer que quando o brasileiro faz alguma coisa que presta, o povo já fala que não serve. É a chamada ‘síndrome do vira-lata’. O único defeito é que não dá para auditá-las. Esse seria o único problema. Mas entendo que são extremamente confiáveis”, explica.
POLARIZAÇÃO
Sobre a polarização entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), que tem provocado grandes discussões nas redes sociais, o advogado esclareceu que prejudica o eleitor e outros candidatos. “A questão do voto útil nunca foi tão levada a sério. Quem perde com isso são os outros candidatos, que teriam alguma chance de chegar no segundo turno”, analisa.
Para ele, o eleitor que tem sua preferência, deve acabar escolhendo o “menos pior na opinião deles”.
Lima orienta os eleitores a votar no candidato que mais confia ou que se identifica mais. “Se o seu candidato não chegar no segundo turno, a tendência é votar no menos pior”, esclarece.
GOVERNABILIDADE
Tema que ganha cada vez mais força com a proximidade das eleições, é a governabilidade do próximo presidente, que deverá dialogar com o Congresso Nacional (senadores e deputados federais) para dar passos importantes relacionados ao sistema brasileiro.
Lima analisa que as alianças serão formadas para o segundo turno. “Esse discursos ‘que não fiz alianças agora’ é só para tentar chamar votos, porque depois, com certeza, as alianças vão ser formadas. Isso acontece, porque o presidente não governa sem deputados e os senadores. Ainda mais com esses argumentos e propostas de fazer uma nova Constituição. Com certeza vão precisar do apoio maciço do Congresso Nacional”, esclarece.
DITADURA
Receio de grande parte dos brasileiros, a volta da ditadura, seja ela de direita ou de esquerda, também realça o debate destas eleições, que parece ter se tornado uma disputa focada na moral e na ética.
Para o advogado, a volta da ditadura é improvável, já que somos uma sociedade “madura”. “Amadurecemos como uma democracia. Acredito que o perdedor das eleições vai acabar respeitando o vencedor. Mas também acredito que vai ter uma grande diversificação no Congresso Nacional. As alianças não têm como não serem formadas”, finaliza.